Energia fotovoltaica viabiliza o tratamento de esgoto em cidade do interior de São Paulo
Em breve, o município de Mogi Mirim, localizado há, aproximadamente, 130 quilômetros de São Paulo, será o primeiro no mundo a instalar um sistema de energia solar fotovoltaica nas operações de tratamentos de esgoto doméstico. De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o processo deve ter início na quinzena do mês de maio.
O sistema fotovoltaico instalado deve contar com cerca de 1.073 painéis solares, somando uma potência de 402.703 kWp. Os painéis serão instalados nos telhados dos prédios da estação de tratamento e na cobertura do estacionamento da concessionária da SESAMM (Serviços de Saneamento de Mogi Mirim), responsável pelo saneamento da cidade e pela realização do projeto.
Segundo Carlos Roberto Ferreira, diretor-presidente da empresa da SESAMM, apesar das obras do sistema de energia solar terem sido há pouco tempo, o estudo e o planejamento para a implantação estavam sendo realizado há anos. A inspiração desse projeto veio da cidade de Ribeirão Preto – São Paulo, que conta uma estação de tratamento de esgoto com uma usina de energia gerada por biogás, resultante do próprio processo de tratamento de dejetos.
A energia fotovoltaica foi vista como uma alternativa para Mogi Mirim devido a grande inclinação do terreno da estação, perfeita para instalação de painéis fotovoltaicos.
Hoje, a estação trata cerca de 150 litros de esgoto por segundo, consumindo 1,72 megawatts por ano. Com a instalação do sistema fotovoltaico, espera-se que até 40% do suprimento enérgico da estação seja produzido através da energia fotovoltaica. Porém, Ferreira explica que esse percentual muda de acordo com época do ano, uma vez que a produção energética depende quantidade de radiação solar absorvida pelos painéis solares, essa absorção sofre variação em determinadas estações.
Mas ainda assim, ele garante que, apesar da instalação do sistema de energia solar, as tarifas de água e esgoto não sofrerão alteração para a população de Mogi Mirim. Uma que, de acordo com o presidente, o contrato prevê obras de caráter obrigatório, contudo, o projeto de energia solar é visto como uma melhoria operacional, sendo assim não faz parte do mesmo.
Os módulos fotovoltaicos ocuparam, no total, uma área de 2.124,54 m2, gerando eletricidade suficiente para abastecer 370 casas.
No total, o projeto custo cerca de R$ 1,7 milhões e cumpre todos as determinações da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que determina os critérios para micro e minigeração de energia.